quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ESPAÇO DA PALMEIRA FICA PRONTO ESTE MÊS

A Prefeitura de Belém entrega aos ambulantes, até o fim do mês, o Espaço Palmeira, na rua Manoel Barata. A garantia foi dada pelo secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Pimentel. O camelódromo tem capacidade para alocar 378 vendedores e será o primeiro de pelo menos mais três shoppings populares que estão sendo preparados no bairro do Comércio. Ainda este mês também será entregue, dentro do espaço, um conjunto de salas de serviços públicos de órgãos como a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin).
Para Raimundo Moares, presidente da Associação dos Ambulantes do Centro Comercial de Belém (Aaccbel), o prazo estipulado pelo secretário não é suficiente. 'As barracas ainda estão sendo soldadas e não têm sequer cobertura. Não nos opomos ao lugar proposto pela prefeitura, porém exigimos qualidade para oferecer um bom atendimento a nossos clientes. De alguma forma, o que nos foi prometido até agora não foi cumprido', reclama, apresentando a ata da reunião com a Promotoria de Justiça e Defesa do Consumidor.
As negociações entre a Prefeitura de Belém, Ministério Público e trabalhadores perduram por um ano e nove meses. Na última conversa entre as partes, em 27 de agosto deste ano, o promotor Marco Aurélio Nascimento estabeleceu que a prefeitura teria 60 dias - a contar da data da audiência - para entregar o Espaço Palmeira. Raimundo Moraes reclama, contudo, que a obra está acontecendo de forma lenta e que não há nenhuma possibilidade de o espaço ser aberto em duas semanas.
'O problema é que ninguém cumpre os prazos nesta cidade. A Secretaria Municipal de Economia (Secon), por exemplo, teve um prazo de 15 dias para fazer o recadastramento dos vendedores ambulantes da rua João Alfredo, entre os dias 1º e 15 de setembro. Até ontem, porém, a atualização cadastral ainda não tinha terminado. Quando o recadastramento acabar, vai ficar uma série de pendências', argumenta. Moraes lembra, ainda, que o promotor tinha dado como prazo final, ainda no primeiro semestre, o dia 26 de agosto para entrega definitiva do Espaço Palmeira - o que mais uma vez não aconteceu.
Dificuldades - Segundo Raimundo, enquanto a obra não termina, alguns trabalhadores passam necessidades. 'Tem gente que deixou a avenida Presidente Vargas, fechou sua barraca e não foi realocado. Essas pessoas acabaram gastando todo o seu capital de giro, porque precisavam se manter mesmo sem trabalhar, e agora estão vendendo elástico com as mãos para não passar fome', afirma. Dados da Aaccbel mostram que, ao todo, a rua João Alfredo tem 1,2 mil trabalhadores informais, e que os espaços oferecidos pela prefeitura não comportam essa quantidade de pessoas.
'Além do Espaço Palmeira, a prefeitura quer nos deslocar para o prédio do antigo shopping Real e da papelaria Globo - ambos localizados na rua João Alfredo, mas estes locais só conseguem receber, no máximo, 300 trabalhadores. Não sabemos onde a prefeitura pretende colocar os outros 900 ambulantes', afirma Moraes, pedindo que a prefeitura, em parceria com o governo do Estado, compre o prédio da antiga Lobrás. 'Já fizemos inclusive o projeto daquela área, que comportaria 660 trabalhadores', revela.
O presidente da associação afirma ainda que o mesmo problema acontece com os ambulantes da avenida Presidente Vargas. 'São 438 ambulantes para 378 vagas, e apenas 230 já foram cadastrados', revela. A vendedora Raimunda Silva conseguiu se cadastrar e aguarda ansiosamente pela liberação dos espaços. 'Acredito que vai melhorar a nossa vida, pois vamos ter a infraestrutura e a segurança que não temos aqui na rua', anseia.
FONTE: Jornal O Liberal: Edição de 14/10/09
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